segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Volta General e tráz bengalas!

Já não somos um exército, somos soldados a tentar imitar e mal o que foi um grande General!

Somos soldados individualistas, a querer conquistar tudo, a querer guardar o máximo de armas possíveis e munições para a guerra! Mesmo quando não existe nem se avista qualquer guerra, a não ser a da vida!

A guerra da vida que a muitos implica ganância, egoísmo, o querer ter por ter! O não conseguir ver os outros terem, se os outros têm é sinal que eu podia ter tido e não tenho, por isso então há que ter inveja. Há que não querer que o outro tenha mais do que o que tem! Há que querer ter vida de rei quando servente apenas sou e ficar corroído de inveja sempre que outro tem!

Por isso, a nova filosofia deste servente é de que quando tenho, tranco tudo para só eu usar, guardo todos os mantimentos comigo e levo a chave para que mais ninguém se alimente daquilo que é meu! 
Levo a chave de uma porta que não me pertence! Porque quero, porque a inveja, o querer, a ambição desmedida me faz ser assim egoísta! A chave vai comigo e com ela o meu  corpo pobre de espírito!
Este meu vazio de valores faz com que eu sinta que assim, com essa chave, com atitudes menos dignas talvez me vejam não como um mero servente mas como o General! O General da Chave!

Pobre deste servente que acha que uma chave lhe dará o poder. Talvez durante horas terá o poder nalguma coisa e se possa sentir alguém e o seu espírito se alimente de coisas podres e tenha uma fusão de sentimentos a saltarem-lhe no Ego!

As coisas podres duram pouco e passado algum tempo cheiram mal e como tudo o que cheira mal quando ingerido causa indisposição!

Quem quer passar de servente a General sem ter passado por soldado, sem saber o que é um exército, sem conseguir perceber que num exército quando um se magoa o outro está lá para ajudar! Quando um soldado está mais enfraquecido se calhar tem direito a mais pão do que um que está bem fisicamente! Que um soldado mesmo coxo com uma bengala consegue cozinhar, consegue curar os outros, consegue nem que seja conversar e dar alento!

Quando um soldado fica a pensar que o outro, só porque é manco de uma perna vai combater menos e comer mais é porque nem merece ir para a guerra! Não sabe dar valor ao que tem, a ânsia de ter mais e mais e só para ele, é maior que o companheirismo e espírito de entreajuda! 
O soldado que pensa e age assim, no fim da guerra, se sobreviver é o primeiro a cair! Não porque os outros lhe voltam as costas mas porque os outros sempre fizeram pela vida deles, sempre combateram e lutaram por eles e pelos outros! Feridos, magoados, revoltados, tristes vão conseguir seguir em frente porque com eles nunca levaram uma chave! Nunca trancaram nada e sempre partilharam!

Este servente que por vezes acha que é soldado e sonha que é General, um dia vai perceber que optou por viver a tentar controlar a vida dos outros e a fazer com que estes não tivessem mais do que ele! Nesse dia vai perceber, que os outros viveram a vida deles, com menos ou com mais, viveram a vida deles! Com ajudas ou sem ajudas conseguiram fazer alguma coisa por eles! Que com mais ou menos saúde mal o sol nascia estavam prontos e entregavam-se ao que faziam! 

Vai perceber que Nunca o General em vida tiraria o apoio àqueles a quem em tempos sempre deu! Nunca o General em vida permitia que um dos seus soldados andasse coxo sem bengala quando ele tinha mil bengalas para lhe dar! Nunca o General em vida permitia que lhe tirassem o poder e que um simples soldado ou servente tomasse as rédeas do exército! Nunca o General permitia que os seus soldados não o olhassem nos olhos para o informarem das noticias boas como das baixas e necessidades!

Tal desordem seria o fim de guerra, tal desordem seria a morte de todo o exercito e seria uma morte sem brio, sem valentia, sem dignidade! Seria a morte de um futuro promissor exército, poderoso e unido que não morreu na luta digna simplesmente acabou por deserdar pois já não acreditava na causa nem no líder!

Não conseguimos voltar a ter o General que admiramos e respeitamos mas podemos pelo menos tentar que os soldados feridos e coxos tenham as bengalas que precisem e se continuem a sentir parte do exército! Seja a combaterem, seja a serem simplesmente pais e a estarem em casa com as famílias, seja a por as cartas no correio, seja a serem apenas eles soldados, feridos ou não, são o exército!

Num exército o General só é enterrado vivo se os soldados deixarem e nós não vamos deixar! Nós não queremos deserdar, queremos criar e inovar e se possivel evitar a guerra mas sabemos que com ou sem guerra o general sem os soldados não existe e os soldados sem os serventes também não! Se cada um estiver no seu lugar, se cada um se respeitar e for digno do que é e faz, se pensarmos no NÓS todos marchamos no mesmo sentido e de sorriso na cara!

Haja alguma coisa que nos una a todos, haja algo de bonito e transparente pois onde há transparência há verdade e com verdade tudo se constrói, tudo anda para a frente e muitas guerras se evitam!

Haja exército!Hajam bengalas nas mãos de quem permite que estas sejam usadas para alguém ser mais e melhor!Hajam bengalas nas mãos de espíritos abertos e e corações amigos!