quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Hoje é o (primeiro) dia!


Desde miúda que escrevo. Ainda guardo o diário pequeno onde achava que escrevia. Passo as folhas e aparecem poemas sobre a amizade, a morte, o amor, as saudades.
Em pequena escrevia cartas aos meus avós em jeito de declarações de amor. Desde cedo usei a escrita como ajuda para dizer aquilo que sentia e não conseguia pôr em palavras.
Fui crescendo e continuando a escrever as minhas declarações de amor, fui lendo e partilhando em família este bocadinho tão profundo de mim.
Há dois anos atrás perdi uma das minha musas e a pedido de um tio escrevi um artigo numa revista em sua homenagem. Foi esse artigo que me fez criar e estrear com ele este blogue. Foi a vontade de continuar a escrever e fazer aquilo em que Ela acreditava que realmente poderia ser boa que me fez escrever e deixar ler! Os beijinhos e abraços ternurentos que recebia depois de lhe ler ou dar um texto são as melhores recordações guardadas no coração. Textos esses que com pena desapareceram no ar como as cinzas ao vento…

Tenho escrito palavras e textos soltos neste blogue e tenho recebido más e boas críticas de pessoas amigas! As más ajudaram-me imenso a perceber que teria que sair da minha monotonia e zona de conforto e aventurar-me noutros temas. É difícil escrevermos sobre aquilo que não sentimos ou forçosamente deveremos sentir! É a minha maior dificuldade, esconder o que realmente aquele texto tem de ticas e da vida da ticas.
Escrever, para quem gosta é quase como uma terapia onde entre risos e choro ponho no papel aquilo que penso e sinto! Onde o coração transporta para o papel o que sente e depois de escrito em tinta dá-nos a oportunidade de ler e reler, de nos vermos a nós! Dá-nos a hipótese de apagar, reconhecer e acrescentar.
Já perdoei depois de escrever, já senti alívio e serenidade, caos e revolta mas fica sempre a liberdade que os artistas sentem de expor o que sentem e que enquanto não o fazem é como se não fossem!

Normalmente não penso com antecedência no que escrevo. Sinto, idealizo, uso a música como isolador dos outros e do mundoe na hora deixo que as palavras surgam e que as ideias façam sentido.
O medo de me deixar ler pelos outros é sempre enorme e acreditem que cada like, cada comentário, cada partilha ou mensagem que me enviam a dizer o quer que seja é um respirar fundo de alívio!
Porque muito se diz nas entrelinhas, mais ainda nas linhas mas nunca sei o que olhos e corações dos que leem sentem.

Em tempos aquele que me ama incentivou-me a escrever um livro. Impulsionou-me a fazer uma edição limitada para a família. Chegámos a falar os dois de editoras, de custos e possibilidades mas tudo ficou pelo caminho. Pelo caminho da minha juventude ainda cheia de projetos, namoricos, saídas à noite e verões intensos onde cada segundo era imperdível.
Hoje, ainda com um medo horrível de não saber escrever sem me expor, com um medo horrível de não gostarem do que a Ticas vai pôr em palavras! Com um medo de não estar à altura do que um livro merece ser, com todos estes medos decidi começar a escrever o meu livro!

Vou começar a preencher folhas com palavras minhas, com histórias de passados e futuros imaginados. Hoje inicia-se a aventura de escrever e tentar tirar de mim o que melhor e pior tenho!
Nunca escrevi um livro, não sei as técnicas ou obrigações a ter, não sei os truques e artimanhas!
Sei simplesmente a história que quero contar e que vou começar a dar-lhe vida!

Obrigado a todos os que fizeram com que este dia de partida para esta grande viagem sem data de chegada e destino incerto chegasse!

Um dia começo a escrever um livro…hoje é o dia! Vamos ver o que vai sair ;)