quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Quase 365 dias de 2013!




2013!

Trouxe com ele marcas de 2012 que fizeram moça mas que ao fim de algum tempo foram como o cimento, permite que o pisemos e deixemos a nossa marca mas depois de seco e solidificado bem que o podemos pisar, colocar as mãos com força como se fossemos estrelas no passeio da fama que já não há nada a deixar a não ser a nossa passagem.
2013 aprendeu com 2012 e ensinou-me que tudo o que não é realmente importante não merece deixar marca e as que por engano ficam vão sendo remediadas. Na nossa estrada podem passar muitas pessoas mas felizmente ainda podemos escolher as que seguem o mesmo caminho.
Neste ano fui caminhando, entrei no mundo do desenvolvimento dos recursos humanos e abracei novos projetos.
Mudámos de casa, ganhámos novos e bons vizinhos, uma praça cheia de flores e a Assembleia para o Raposo passear e deixar o seu “voto”.
Foi um ano inacreditavelmente bom, sem dormidas em hospitais e poucas idas a médicos!
Um livro que me fez iniciar uma viagem a um passado repleto de memórias começou a ser feito.
Amigos casaram outros ficaram noivos, nós estamos noivos!
O céu ganhou mais anjos e todos eles chegam a nós através de abraços confortantes pelos que temos perto.
No rebuliço do caminho foram-se perdendo amizades, outras nasceram e as justas reforçaram-se.
A amiga, há demasiados anos emigra regressou com a família e o novo membro. As afilhadas começaram a ter filhos queridos e apetitosos.
Conversas em tempos perdidas foram reencontradas, sentimentos esquecidos estão agora reacendidos.
Dancei muito com o Manuel e quase todos os dias demos gargalhadas um com o outro!
Falhei a algumas pessoas e nem sempre tive a capacidade de perdoar e saber pedir perdão.
No fim de tudo, resumindo e baralhando nestes quase 365 dias de 2013 acho que consegui ser mais que menos e o saldo é positivo!
Obrigada a todos os que em 2013 fizeram a Tikiti feliz tantas vezes!


Para o Novo Ano que aí vem desejo essencialmente saúde para gozar a vida, amar, cantar muitas vezes em modo “Ni ná ni ná”, estar com todos os que gosto e festejar a vida todos os dias a sorrir! 

Já a minha querida avó Zé dizia "Para trás mija a burra e para a frente é que é o caminho!", VENHA daí o 2014! :)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pequenos Milagres!



Desde o pouco tempo que passou desde que o Manuel e eu ficámos noivos tenho tido a sorte de sentir perto de mim aqueles que mais adoro!
Sempre pressenti que nesta altura tão especial iria sentir ainda mais falta dos meus pais e o desejo da presença da minha avó junto do meu avô.Admito a nostalgia e não nego que esta fase me tem feito chorar de felicidade e emoção por todas as vezes que tenho tido pequenos milagres vindos de pessoas tão próximas! Milagres que fazem chegar a mim aqueles que tantas saudades tenho e me tocam diretamente no coração através de gestos tão puros e bonitos de cada um de vocês!

Desde o vestido escolhido na primeira prova passados apenas dias de ter o anel no dedo! Nesse dia fui com duas amigas a uma loja e levei comigo uma camisola e lenço da minha avó. 
Experimentei sete vestidos e odiei todos! Modelo A, forma de sereia, decote em V, cintura descaída, tecido assim, véu assado e nenhum deles me ficava bem! Disfarçadamente comecei a sentir uma irritação e tristeza, a achar que não tinha perfil para noiva e não ficava bem com nenhum modelo!
Nesta altura chegou uma tia, a melhor amiga da minha mãe e o vestido apareceu! Não foi um vestido que até gostei e em que mudava isto aqui e acrescentava outra coisa acolá! Apareceu o vestido em que tudo nele gostei e nada alterava! J Chorei de emoção, alegria ou simplesmente estupidez por gostar de me ver naquele que vai ser o meu vestido!
Não consigo explicar, ou dizer sem que pareça ridícula mas sinto que naquele momento se juntaram ali as minhas mãezinhas e com um toque de varinha mágica transformaram a Ticas Borralheira em Princesinha! Foi assim que me senti, uma princesinha pegada ao colo pelas que a amam!
Desde aí,  várias pessoas têm pegado na varinha mágica e têm feito magia comigo e posto o meu coração num rebuliço tão bom e cheio de alegria que em tão pouco tempo foram muitas as vezes em que chorei de felicidade!
Obrigada a todos os que nestes dias têm sido tão queridos, têm sido tão meus pais e mãezinhas e de uma forma tão genuína e simples preenchem um vazio tão grande!

Estou muito feliz e cheia de vontade de repetir na presença de todos que Sim, quero fazer o Manuel feliz o resto da vida e que juntos sejamos os dois mais e melhor!
Sim, é bom ter tantas fadas/os com varinhas mágicas perto de mim e sem vocês o Manuel nunca me teria tão feliz!


OBRIGADA a todos do fundo do coração! É bom tê-los comigo e através de vocês viver os pequenos milagres que fazem com que sinta os meus anjinhos perto de mim! :)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Até lá, adoro-te!

Oficinas de Escrita de Manuela Gonzaga: “Se tivessem um correio para o passado, uma espécie de DHL de custo zero, a quem enviariam a vossa carta? A quem escreveriam as palavras 'que sempre te quis dizer'? Pensem nisso. É por ai que caminham agora, as e os nossos oficiantes.


Segui a dica e escolhi escrever-te a ti! 

A ti que me adoras desde pequena e que entre olhares franzidos e duros lanças sorrisos matreiros e ternurentos.
Sei que me adoras e amares-me seria complicado.
Amar não é simples, não se impõe ou se sente porque sim. Amar é tão complexo que temos que nos desprender de uma imensidão de coisas, e tu ainda não o fizeste.
Adoras-me por tantas razões mas nunca me chegaste a amar.
Quem ama preocupa-se, cuida, protege e isso tu tens feito! 
Quem ama pergunta, interessa-se, deixa cair feitios para chegar perto e estar presente, e isso é complicado para ti.
Talvez me tenhas amado à distância entre silêncios e pensamentos. O nunca saber o que esperar, se um sorriso ou cara feia, desviaram os nossos caminhos.
Quando estás disposto a dar mais de ti damo-nos lindamente e somos Sol e Girassol! As vezes em que desde miúda quebrava o gelo do teu feitio davam-me gozo e o meu coração sorria e rejubilava por achar que tinha tocado no teu. Por instantes o escudo de ferro derretia-se e sentia o melhor de ti a chegar a mim!
Hoje não sinto esse gozo porque cresci e mesmo que não o queiras ver, já não sou “a miúda” que de tudo fazia para te retirar a máscara. A alegria quando por acaso estamos juntos tem de ser espontânea e não sugada.
Tenho receio que mergulhes no teu silêncio doloroso e talvez por isso não partilhe contigo tudo o que gostaria de te dar a conhecer! 
Somos muitíssimo amigos e mesmo há distância e de tempos em tempos, contamos segredos, trocamos lágrimas nas alturas mais difíceis e procuramos conforto em palavras escritas. O que temos que dizer, dizemos! As mágoas que temos pelo passado ainda estão por ser lidas.
Acho que me adoras! Percebo que o faças de uma maneira muito própria e distante mas não peças que o meu coração compreenda algumas falhas que o teu também grava.
Estás em mim, fazes parte da minha vida e cada vez que os que te são próximos te atraiçoam entre jantares e almoçaradas que ofereces, não leves a mal mas viro leoa porque ao contrário deles, de ti nunca esperei um Judas, apenas um coração envergonhado com amor suficiente para abraçar o mundo!

Não te amo, adoro-te! Adoro-te por tudo!

E se um dia criarem um livro de instruções para cada um de nós, sou a primeira na fila para comprar o teu, e aí, talvez a nossa adoração flua facilmente! 
Aí, talvez troquemos as mensagens escritas por abraços e mimos.

Até lá,

ADORO-TE!

Ps: este texto não é para o meu Manuel, a ele não me fico pelo Adorar ;)


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Memórias de Infância!







Nas oficinas de Escrita tive de escrever sobre as minhas memórias de infância! Entre, escrevo ou não escrevo? Aconteceu mesmo ou serão partidas da minha memória? Apetece-me fazer essa viagem tão profunda ao meu eu? Serei suficientemente "crescida" para escrever sobre partes da minha criancice? 


Nunca pensei que fosse tão difícil escrever sobre mim. Deixar preto no branco, sem floreados e personagens, a minha origem, a complexidade das minhas memórias de infância, a base do que sou hoje. Não me darei a conhecer na totalidade e nem mesmo todas as minhas memórias de infância porque nem todas estão devidamente relembradas e trabalhadas no meu íntimo ao ponto de as transpor e escrever. Nem darei a conhecer todas, não por vergonha, mas pelo medo de não as conseguir dignificar e homenagear como pretendo. Como recordo. 


Irei sim, dar a conhecer uma pequena parte do que tanto procuro amarrar e colar no coração todos os dias, com medo que se perca. As memórias da minha infância até aos cinco anos. A recordação dos que me trouxeram a este mundo até ao dia que fiquei sem eles! 




Ticas Graciosa! Alcunha adoptada pela minha irmã mais velha em troca do meu nome de batismo, Maria Teresa. Depois, fui-me apercebendo da existência do nome de família “Graciosa”, pelas vezes em que tias me agarravam as bochechas sardentas e me diziam que só podia ser Graciosa! E assim fiquei até hoje, a Ticas Graciosa para os amigos. 
Os meus pais morreram quando eu tinha apenas cinco anos. Nessa altura, vi-me obrigada a trocar o ar seco e a paisagem vasta e agreste da Beira Baixa em tons amarelados, recheada de magníficos penedos e imponentes sobreiros, pelo clima ameno e menos campestre da Beira Litoral, onde fui viver para um palácio cujos muros nem sempre conseguiam esconder outras casas mais pequenas mas dentro da sua beleza ainda me permitia sonhar. Aí, vivíamos num casarão onde podia correr para ir à casa de banho e esconder da minha avó todos os pães que não queira lanchar, até ao dia em que era apanhada e tinha de os comer a todos em sopas de leite, como castigo. Tive a graça de nascer e crescer no seio de uma família enorme que, entre quintas e cavalos, cães e touros, bicicletas e cavalgadas, nos fomos conhecendo, entendendo e entrelaçando! 

Perdi os meus pais mas ganhei uma ligação especial com os avós, tios e primos. Cada um acabou por ter no meu coração um lugar especial. Ainda relembro com prazer quando nos chamavam a mim e à minha irmã, por nesse tempo sermos unha com carne, as “Ticas” ou “As manas catatuas, quem leva uma leva as duas”.  

Os cães eram amigos, sempre tão pacientes, e com eles partilhava em brincadeiras tanto do meu tempo. Agarrava-os, trocava os chupa-chupas, punha-lhes óculos de sol, tirava-lhes os óculos de sol. 
Não tinha problemas com a roupa, se sujava ou não sujava. Lembro-me apenas que brincava despreocupada. 
Rio-me e volto a ter a mesma sensação de medo e borboletas na barriga quando recordo a brincadeira que fazíamos com os primos mais velhos. Corríamos atrás de um pónei no meio da pastagem, até este pelo seu feitio especial se zangar e cavalgar atrás de nós para nos morder. A sensação de ser puxada pela minha prima Maria – mais velha que eu, com a peculiaridade de ter um olho azul e outro verde que me fascinava – ainda hoje se faz sentir.  


Os piqueniques nas pastagens entre os sobreiros com os meus pais e amigos. As correrias e brincadeiras e mais uma vez a sensação de liberdade! 
Os jantares inesperados e preparados em instantes para muitos que, nas noites de verão, se faziam na mesa de pedra comprida em frente à casa grande. Num desses jantares e já depois de escurecer, ao tentar ir buscar fio dental para limpar os dentes, inclinei o armário fino e alto da casa de banho. Sem me aperceber que no topo deste estava um autoclismo de loiça continuei a puxar a gaveta do armário e a peça de loiça foi direta à minha cabeça. Chorei e chorei e, nessa altura, o pátio ainda me pareceu maior! Até conseguir reencontrar, entre a pouca luz e os muitos convidados, o colo, o conforto, os braços da minha mãe estive em pânico! Evidentemente, fui para o hospital, levei dois pontos e chorei imenso. Ao meu lado, estava um rapaz também com os seus cinco anos que enfiara um amendoim numa das narinas e não conseguia retirá-lo! Aquela visão ainda me fez chorar mais e, de barriga para baixo com uma mão dada ao meu pai e a outra à minha mãe, chorei e chorei. A cicatriz mantem-se e quando a sinto é bom relembrar aquelas mãos comigo.

O prazer que me dá relembrar a noite em que, suponho devido ao calor que se faz sentir naquela zona da Beira Baixa no verão, 40ºC, secos e sem qualquer aragem de ar fresco, fui com os meus pais, irmã e mais alguém que não me recordo, colar placards de uma tourada pelas paredes da vila. O cheiro da tinta, a adrenalina de estarmos ali de noite, o vento que apanhávamos na carrinha de caixa aberta, o delírio de estar acordada àquela hora e com os crescidos fora tão intenso que facilmente viajo para essa noite.
E outras, como as noites em que o meu primo José Maria, depois de caçar aparecia em nossa casa. E eu, que já estava na cama, levantava-me para ir espreitar aquele “homem” sentado no nosso sofá com uma faca à cintura. Na altura tinha medo daquela figura e o medo criava-me a curiosidade suficiente para arriscar sair da cama e levar um castigo. 

Da minha mãe, guardo a paciência com que nos vestia de manhã para a escola, as vezes que se agarrou a nós como escudo para nos proteger, as suas gargalhadas e boa disposição. O vestido de fada azul que usei no carnaval e creio que foi cozido por ela. O entusiamo com que assistiu à peça de teatro em que vestida de amarelo fiz de pitinho e ao som da canção:

 “Pintinho pintinho pintinho Piu, 
Subiu numa pedra depois caiu! 
A dona Galinha ficou zangada, 
Pegou no pintinho e deu-lhe uma palmada!”

,apenas tinha de subir uma pedra da calçada colocada no palco e no momento certo cair e levar a palmada da mãe galinha. Mal sabia a galinha que eu, pintinho sardento em palco, não ia gostar de levar uma palmada e em frente à plateia dei uma palmada na mãe galinha. Sei que estava na plateia, não tenho presente a reação mas ainda hoje canto esta música aos mais pequenos, ainda hoje imagino, se como divertida que era sorriu ou se como mãe me ralhou…Guardo um grande amor e principalmente no pouco tempo que teve comigo o quanto me mimou! Não era perfeita e no meio de um rebuliço tão intenso quem se vai aguentando corre o risco de atingir a perfeição ou ser cruxificada pela culpa do vendaval. No meu coração para além das imensas saudades deixou a curiosidade das causas, do que a manteve ali, o espanto do que o amor e medo podem causar. Guardo o seu sorriso e choro disfarçado, as vezes que me deu colo e embalou para que as minhas lágrimas parassem como caem hoje simplesmente por ter saudades de dizer “mãe”! É difícil manter as lembranças, descolar da palavra mãe a figura que tive e relembra-la é tarefa que faço de quando a quando para que nunca seja só e apenas uma figura em fotografias mas permaneça viva pelo que realmente foi e deixou em mim!

O meu pai… Talvez pelo seu temperamento menos constante deixa bastantes silêncios nos meus pensamentos e algumas memórias que preferia que fossem falsas e imaginárias, mas não o são. Aprendi a lidar com elas, percebi que quando se ama não se esquece mas perdoa-se!
Recordo o Natal em que recebi a minha bicicleta azul e branca com rodinhas atrás. Lembro-me de estar no Páteo grande da quinta envolvido pelas casas, picadeiro, boxes para os cavalos e com larga vista para as pastagens repletas de sobreiros com o cabeço em segundo plano recheado de penedos. Foi neste Páteo, onde ainda se conseguia avistar uma das barragens, a mais pequena, que, empurrada e ajudada pelo meu pai dei as primeiras pedaladas na bicicleta que tanto me acompanhou nos anos seguintes onde sem travões desbravava caminhos e acelerava nas corridas entre primos.  

Sentia-me livre naquele ambiente. Os dias passavam-se entre bezerros, passeios a cavalo na Toma, égua do meu pai, tão mansa que nos deixava montar para sermos passeadas sem guia, apenas seguindo a figura dele que caminhava devagar ao lado da sua cabeça. Recordo com carinho e saudade o aconchego de me enroscar à noite no sofá entre os meus pais. A vontade que ainda hoje sinto de voltar atrás para voltar a ser a intrusa entre os dois, naqueles momentos mágicos. Recordo ainda as viagens no Citroen encarnado em que adormecia a ouvir as músicas dos Gipsy Kings. Ao ouvi-las ainda me emociono, talvez porque me trazem um bocadinho deles, talvez porque sei que em tempos as ouvimos todos juntos! 

Uma recordação mais carinhosa traz-me de volta as vezes em que os meus avós iam passar uns dias à Beira Baixa. Nessas alturas, a avó, sempre prática e despachada, contornava-nos os pés numa folha branca com uma caneta, para, da próxima vez que voltasse, nos trazer sapatos. Mal sabíamos então, que poucos anos depois, o destino aproximaria mais ainda os nossos corações e faria com que nos amássemos como mãe e filha.  





Estas e outras lembranças ainda por aprimorar até poderem ser registadas com a dignidade que merecem, são algumas das muitas que a criança que eu fui guarda a sete chaves no segredo do coração. Por agora, deixo aqui algumas. 
Haverá outras, tantas e tantas, das várias fases da minha vida, que serão registadas, talvez em forma de romance, talvez fantasiadas. Para poder introduzir-lhes as presenças maravilhosas das fadas e dos duendes do mundo mágico a que todas, ou pelo menos quase todas, as crianças e adultos têm acesso. 

Caso os duendes não se enquadrem no meu mundo e as fadas percam a varinha mágica, sairá em forma de biografia para dignificar quem amo e, quem sabe, ajudar a que outras crianças possam recordar as suas memórias de infância com os que amam perto! 





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A minha (vossa) vida dá um livro!


Tenho frequentado as Oficinas de escrita da escritora (tão querida) Manuela Gonzaga. Esta experiência tem ultrapassado a escrita e, sem estar preparada para isso, comecei uma viagem que me tem transportado para dimensões magnifícas e até então desconhecidas. Tenho reavivado memórias, não perdidas mas bem escondidas. Descobri personagens únicas e marcantes. Essencialmente, tenho percebido o quão especial nós somos e a importância que da nossa singular vida, plena de sentimentos e vivências únicas! 
Afinal, somos todos corações com cicatrizes e explosões, com lágrimas de sangue e batimentos de alegria! Temos todos tanto de pó como de pastos verdes e cada coração tem imenso para contar e dar! 

A escrita está a ser feita. A leitura tem sido cada vez mais intensa e atenta para ganhar vocabulário,como nunca o fizera. O desejo de escrever corretamente e dignificar o que o meu coração valente sente é cada vez maior. O pânico da edição dos textos que escrevi num livro está presente e faz-se sentir, nas borboletas que sinto com o medo em fracassar ou desiludir mas que balança com a imensa curiosidade em descobrir a sensação de ter algo meu publicado, palavras minhas que entre textos de outros autores, perdurarão no tempo!
Teremos direito a um lançamento, ao qual ainda me sinto inibida a fazer convites para continuar a vibrar com experiência tão enriquecedora no mundo da escrita e emoções.

Continuo esta viagem que me fez encontrar pessoas espetaculares, com histórias que se cruzam com a minha e me fez perceber que, tal como a de todos, também a minha vida dá um livro! 

Livro, que está a ganhar vida! :)


"Que mais pode ensinar uma Oficina de Escrita? Pelo menos nas que propomos, e acredito que nas outras também, pode ensinar o caminho do coração e o caminho das entranhas, alicerces da imaginação criadora. Seja qual for esse coração e sejam quais forem essas entranhas. Porque é aí que importa ir para recuperar a voz, única, irrepetível, de cada um de nós. 

O resto é trabalho. Trabalho de casa. Trabalho de grupo. Muito, muito e muito. De capacete na cabeça e picareta na mão. A partir pedra, literalmente. Estamos todos tão atulhados de conceitos e preconceitos que chegarmos até nós, dá trabalho. Mas é uma viagem e tanto!!! Caramba, que viagem." Manuela Gonzaga




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Pé ante pé!

Há um ano decidi começar a aventura de escrever um livro.
Comprei três cadernos em branco e durante algumas semanas escrevi e escrevi.
Apesar de ainda não ter delineado o fim, sempre soube o principio e foi fácil deixar rastos de tinta no papel.
Um dia o meu querido avô sempre interessado pediu-me para ler as primeiras trinta páginas... desde esse dia que bloquei. Começava a escrever e riscava, pensava em todas as frases três vezes e relia tudo vezes sem conta. Escrever tornou-se um esforço e fui deixando de o fazer.
Percebi que tenho pânico de ser avaliada e piora quando o avaliador é aquele que amo!
Conheci em mim o medo de pôr à prova aquilo que faço, dar a alguém a oportunidade de estragar o que nos dá prazer fazer é complicado.
Sei que o meu avô gosta do que escrevo, incentiva-me e sempre foi o primeiro a investir em mim em tudo mas na escrita em especial. Era aos meus avós que desde pequena escrevia para lhes dizer o que sentia e me ia na alma e talvez por isso a fasquia tenha aumentado e os meus dedos bloqueado!

Foram surgindo vários cursos e um deles com um amigo que escreve e tão bem! A vontade de participar sempre fora imensa mas lá voltava o medo, escrever para uma amigo? Dar-me a conhecer da maneira mais pura e intima que consigo - a escrita- não vai ser fácil e mais ainda com um amigo?
Nunca me inscrevi!
Até que há uns dias atrás em que a passear pelo facebook li na página do Manuel Forjaz a sugestão da Oficina de escrita de Manuela Gonzaga em que o tema é "A minha vida dava um livro".
Leio mais e a estrutura é uma viagem por nós mesmos, quem sou eu? que pessoas ao meu redor me marcaram? A minha vida dava um livro! - e não é que o nome do meu blogue está perto?

Pesquisei a escritora, gostei das criticas e cada vez mais me queria inscrever!
Liguei ao meu amigo, pedi-lhe desculpa pela sacanagem de ponderar fazer outro curso que não o dele e entrei na parada!

Comprei o livro "Maria Adelaide Coelho da Cunha: DOIDA NÃO E NÃO"  de Manuela Gonzaga para não ter medo de despir a minha alma e assim levar comigo uma ténue segurança no vago conhecimento de  quem receberá as minhas letras, as minhas palavras, os meus textos tão cheias de coração!

Um dos muitos passos foi agora dado! Um dos vários medos espero que seja ultrapassado!
Pé ante pé vou criando e escrendo o livro, pé ante pé vou-me conhecendo! 

O que é que sentes Ticas?
Borboletas!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amanhã é outro dia!






Conheciam-se há anos.
Trocaram brincadeiras, fizeram apostas, mascaram a pastilha um do outro!
Sem vergonhas partilharam segredos entre meias com o dedo grande a espreitar.
Fumaram às escondidas, beberam copos e escaparam entre o luar e amanhecer.
Confidenciaram o primeiro beijo, contaram entusiasmados a primeira noite.
Discutiram e choraram juntos.
Acabaram por bater a porta e a amizade converteu-se em pólen sobre o ar.
Cruzam-se, falam-se, trocam palavras quando o desejo é de abraçar!
Bebem uns copos e frases são ditas...
A amizade reaparece, as zangas esquecem-se e tudo flui.
Passados dias reencontram-se num meio mais fechado.
As lembranças voltam, os ressentimentos mantêm-se!
A bebida é água pura e fresca sem rasto algum de álcool.
A frieza e orgulho exibem-se para esconder a alegria do reencontro.
A amizade volta a ser pólen quando o desejo é de abraçar!
Reconfortam-se por se verem bem!
Inspiram forte e entusiasmam-se com a impossibilidade de matarem saudades...
Revivem imagens dos melhores tempos das suas vidas,
Sorriem por dentro e o coração palpita.
Estremecem e optam por recordar apenas as horas vividas,
Abdicam de um segundo sincero de reconciliação...

A amizade vai-se perdendo quando o desejo é de abraçar!

As palavras quando não pronunciadas ou escritas existem apenas em nós!
O que pensamos e sentimos são apenas ideias vagas e sem destino se não damos asas ao desejo e abraçamos!
Há palavras que não merecem ser ditas em prole de outras que terão que o ser.

-Gosto de ti! Quero abraçar-te! Posso?

-Quero!

- E o resto?

- Amanhã é outro dia!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um dia tive um sonho...





Há sonhos impossíveis de realizar, pedidos impossíveis de alcançar!
Em pequena foram várias as vezes em que sonhei que os meus pais interrompiam o meu sono irrequieto e calmamente entravam os dois pelo meu quarto!
A primeira sensação era de que até aquele momento tudo tinha sido ficção! Estavam vivos e por alguma razão teriam estado escondidos! No meu imaginário teriam aguentado todo o tempo sem me ver apenas para me surpreenderem, apenas para passarem a porta e invadirem os meus pesadelos tal raio de sol que espreita entre as portadas da janela.
O meu coração palpitou inúmeras vezes longos minutos, o meu sossego esquecia o desassossego constante e o meu espírito e alma sorriam! Nesses segundos, que transformaria em eternidade, dormia numa suave nuvem de algodão embalada por ternas mãos. Eles não se chegavam o suficiente e eu não saia da cama mas vi-os ali a olhar para mim, sentia-os perto!

A vontade de os ter comigo de os querer ali perto de mim era tal e em demasia que não me permitia acreditar que já não estavam!
O meu subconsciente brincava com o meu consciente ainda demasiado novo e criança para duvidar do quer que seja! E neste jogo de escondidas foram-me pregando estas partidas e dúvidas terríveis!
Permitiam-me minutos de alegrias explosivas e retiravam-mas em milésimos de segundos! Foram ilusões repetidas tantas e tantas vezes que pareciam reais!

Chorei e chorei todas as vezes em que abri os olhos e na porta não estava ninguém!
Chorei e chorei quando percebi que na nossa realidade os mortos não jogam às escondidas para fazer “surpresa”!
Chorei e chorei quando aos poucos e todos os dias parte de mim se ia apercebendo e interiorizando do que era e é a morte!
Chorei e chorei cada vez que sentia que perdera alguém que me ama e amo!
Chorei e choro!

Com cada lágrima escorrida cresci e aprendi!
Aprendi a lidar com todas estas partidas e jogos e percebi que é essencial ter tudo no consciente!
É necessário encararmos os factos da nossa vida mesmo que estes nos façam chorar e chorar!
Torna-se imprescindível conhecermo-nos e percebermos a razão de cada lágrima pois entre linhas e laçarotes e por muito que se fuja somos sempre descobertos!

Voar a achar que tenho asas?
Seria um risco!

Aprendi a sonhar! A viajar entre nuvens que me deem oportunidades de matar saudades! A alimentar sonhos que me permitam voar! A saber o que tenho e onde devo e posso planar! A ser feliz com que a minha falta de asas me permite viver e sentir! Sobrevoo o que me agrada e sem dúvida que aterro na aposta que todos os dias faço, em mim!

Realista ou ilusionista?
A maioria das vezes realista com a necessidade de ténues explosões de ilusão!

Sonhadora?
Sempre!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Flor!





                               

 
 
Era já noite quando recebi a mensagem de uma amiga do Porto a pedir ajuda para uma Família!
A filha de 4 meses está doente e tinha sido transferida para o hospital Santa Marta em Lisboa. Nasceu prematura e desde então tem tido problemas graves no coração! A sua salvação passará por um transplante de outra criancinha pequenina e indefesa! Leis da vida difíceis de entender, esperar pela morte de outro ser humano tão puro e inocente para que a vida que gerámos se mantenha entre nós!
Esta é a realidade da Família Saúde! A realidade que conheci hoje e que de uma maneira tão especial me preencheu este dia de férias!
Se ontem quando recebi a mensagem já deitada no sofá pensei três vezes antes de dizer que sim, hoje a minha vontade é acordar amanhã e estar com aqueles pais!
Aqueles pais que me receberam de braços abertos e sem nunca me terem visto entraram no meu carro e confiaram! Abriram os seus corações e deixaram-se levar por mim e abraçar por Lisboa nunca antes por eles visitada!
Entre chegar e não chegar, estacionar e não estacionar foi fácil sentir os nervos e entusiasmo da mãe pois falava e falava, por seu lado, o pai sentado no banco detrás estava silencioso e tímido.
Entrámos no hospital e sinto as palpitações e uma enorme ansiedade nos dois! Percorremos os corredores, enganámo-nos no andar e nestas andanças percebemos que já todos conheciam a pequenina Flor acabadinha de chegar do Porto!
Finalmente chegamos aos cuidados intensivos! Tocamos à campainha e quando eles acham que podem entrar e ver o seu pequeno coração têm de recuar e aguentar: as visitas são às 17h00 e naquele segundo eram 16h56!
Quatro minutos com a mãe a balançar entre pernas e a tocar com os pés um no outro como chocam os carrinhos de choque! O pai bastante mais nervoso procurava um carregador de telemóvel, até que digo:
-No meu já são 17h00!
Tocam a campainha, abrem a porta e entram disparados os dois!
Cá fora, fico eu à conversa com um senhor que ia visitar a mulher operada ao coração!
Enquanto falamos penso para comigo que aceito facilmente que alguém com mais experiência de vida sofra do coração! São muitos anos, palpitações entre segundos, alegrias e tristezas, tanta coisa que um coração já com bastantes anos aguenta que percebo!
Um coração com meses de vida, pequenino do tamanho de um morango de que sofrerá? Porque será tão fraquinho? Não será logo à partida uma cruz tão grande e pesada para um corpo tão ingénuo e delicado?
Rezei! Voltei a rezar! Rezei para não pôr em causa a minha fé! Rezei para acreditar num milagre de Santa Marta! Rezei a agradecer este movimento espetacular de pessoas que em dois dias conseguiram dar esperança a esta família e conseguiram trazer a Flor de helicóptero para Lisboa e ver uma luz ao fim deste grande túnel!
Rezei, pelos médicos que lhes negaram o transporte de helicóptero mas que sob ameaça de queixa acabaram por mudar de ideias e a nossa Flor veio para Lisboa não de ambulância e buracos das estradas de Portugal mas a voar!
Enquanto tentava enquadrar esta realidade que tinha recibo há minutos na minha vida no meio das minhas férias, o pai da Flor surge apressado na porta! Tínhamos de ir falar com o assistente social para tratar do alojamento deles!
Caminhamos pelo hospital e não foram precisos muitos passos para que aquele homem, aquele coração de pai, cheio de medo de perder parte de si, desata-se a chorar! Chorou comigo, à minha frente, entre os meus braços e não me conhecia!
Naquele momento acho que o meu coração ficou ainda mais pequeno e apertado que o da Flor!
A vida é tão curta e por vezes tão dura! Que descaramento o meu cada vez que me queixo! Isto sim são dores! Isto sim são problemas e mesmo com eles este casal sorri e acredita!

Deixámos a mãe a mimar a pequenina e seguimos os dois para a Fundação Infantil Ronald McDonald! Fiquei estupefacta! Aquelas caixas perto das caixas registadoras dos restaurantes para fazermos os donativos são de louvar! Deparei-me com uma casa espetacular apenas para acolher famílias com crianças hospitalizadas! Com dez quartos, todos eles bem decorados e limpos! Duas salas igualmente giras, espaçosas e que convidam ao convívio! Uma cozinha dividida em várias para ser usada por cada duas famílias! Um terraço espetacular com uma vista tranquilizante! Esta família vai ter uma casa enquanto esperar que a sua pequenina recupere e ganhe um coração novo que a faça crescer! Esta família tem ali um porto seguro!
E ali estava eu! Conhecera aquele homem à minutos e pedia-me que o acompanha-se na visita à Fundação! Olhava para mim como uma criança quando procura no pai ou mãe um porto seguro! Com o dobro da minha idade pedia-me para fazer as perguntas por ele e sentia-lhe a ansiedade em regressar para perto da sua pequenina!
Para trás deixaram três filhos entregues aos avós! Bem no norte ficaram todos os seus suportes, todos os ombros amigos! Contam agora um com o outro numa cidade nova e desconhecida! Contam agora com a bondade e caridade de quem lhes quiser dar uma mão amiga!

Unidos nos seus sorrisos por terem visto a sua pequenina mais rosadinha! Esperançosos que a operação que manterá o coração a bater enquanto espera outro do seu tamanho corra bem! Entregues ao destino e à enorme crença que os milagres acontecem!


Acredito em milagres! Vejo pequenos milagres em todos nós que tocamos na vida dos outros com pequenos gestos e sem nos apercebermos mudamos vidas, geramos sorrisos, damos confiança e esperança! Quem sabe se todos nós não fazemos o coração da Flor bater tão depressa e tantas vezes como as asas de uma borboleta?
O milagre já está a acontecer e vamos ver até onde se estende!

Agradeço a Nossa Senhora por me ter colocado a Família Saúde no caminho! Por no meio das minhas férias entre praia, sol, copos e festejos tenha percebido a graça que tenho em ter saúde, em achar que tenho problemas que comparados com este são apenas meras estupidezes de fácil resolução!

Obrigada meu anjo da guarda por me chamares à realidade e fazeres valorizar tanto o que tenho e a sorte do dia-a-dia em que vivo! Por sentir e viver estes sentimentos tão bonitos e poderosos que me preenchem mais que qualquer outra coisa! Espero conseguir usá-los para da maneira que me for possível ajudar os outros!

Obrigada a todos os que ajudaram e continuam a fazer parte deste milagre!
São espetaculares!










sexta-feira, 26 de julho de 2013

Pézinhos!


Estive uns dias sem ti, sem o teu pézinho entrelaçado no meu.
Os dias passaram mas não tão bem como quando chegas  e ao fechar a porta te ris, dás as tuas gargalhadas com as minhas calinadas, o beijinho antes de adormecer,  o teu pé a entrelaçar no meu já meios ensonados e o acordar a meio da noite em que te invejo a dormir num sono profundo.
Ainda ontem chegaste e hoje as saudades são as mesmas ou ainda mais!
Talvez porque te vi, porque já te tive ao pé de mim e parece que as horas passaram a correr e dou por mim a contar os minutos para te voltar a ver!
É bom termos assim uns dias de férias para voltarmos a ter ainda mais destas saudades tão boas!
Saudades que nos fazem estar ainda mais agarradinhos!

Se eu podia viver todos os dias sem ti?
Poder até podia mas sem dúvida que para além de não o querer não era a mesma coisa!

Até já! J

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um ou Dois?


- Um ou dois?
- Se dás um, dá sempre um!



Fui educada e cresci a dar um beijinho. Adquiri como hábito que o normal é dar apenas um e só um beijinho.
A minha avó costumava reclamar, não com o número de beijinhos que achava ser causa das novelas brasileiras mas com a forma como este era dado. Não suportava receber beijinhos de pessoas despenteadas, pois não tinha que estar a dar beijinhos em cabelo mas sim nas caras. O dar um beijinho não era apenas encostar a cara à outra pessoa, era dar um beijinho com os beiços na boceja.
Hoje percebo-a e cada vez que estou despenteada e vou falar a alguém parece que toca um sino de alerta na minha cabeça e automaticamente dou por mim a verificar rapidamente se tenho ou não cabelos à frente da cara! Da mesma maneira que reparo imenso na forma como as pessoas me dão um beijinho e sem se aperceberem me dizem logo tanto ou tão pouco delas.

Não sei se sempre existiram pessoas a darem um beijinho e outras dois, não faço ideia se os dois beijinhos surgiram de uma moda trazida pelas novelas brasileiras ou  por antepassados que já o faziam. Não sei e nem tenho muito interesse em pesquisar sobre isso porque não é isso que me define. Não é isso que torna os amigos que tenho que dão dois beijinhos melhores ou piores dos que dão apenas um!
Interessa-me o interior, o fundo, a essência das pessoas!

- Um ou dois?

Independentemente de saber que dou um beijinho porque é a minha educação não consigo deixar de ter consideração por quem sei que poderá dar dois.
A possibilidade de existir o momento em que poderei deixar alguém que me quer cumprimentar pendurado deixa-me nervosa. Ver o incómodo do outro com a cara disparada em modo looping para voltar ao sítio rapidamente, ao mesmo tempo que tento apanhar o fim do looping para dar o segundo e salvar o embaraço mas que muitas das vezes acaba por resultar em desencontros, caras coradas, e um embaraço ainda maior! 
Apoquenta-me a sensação de causar desconforto àquela pessoa e apenas por um beijinho elementar, o do “Olá”!

- Um ou dois?
- Se dás um, dá sempre um!

Não consigo concordar com esta resposta! Cada um tem o direito de se afirmar e manter uma determinada postura e costumes mas será incorreto e estaremos a fugir tanto à nossa essência, se nestas circunstâncias em vez de um dermos dois?

Afinal, cada um de nós vale pelo seu interior, pela sua integridade, pelos seus valores e princípios e não será a pequena distância entre um beijinho e dois beijinhos que nos tornará melhores ou piores!

- Um ou dois?
- Dá os que quiseres e recebe aqueles com que te sentires bem, nunca deixes é de dar!

Resumindo e baralhando, sei que dou um beijinho mas não me importo de dar e receber o dobro do meu normal se isso fizer com que alguém chegue, permaneça e saia de ao pé de mim melhor e mais feliz sem loopings.

O resto?

Madre Teresa de Calcutá responde-nos:

"- Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las."

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Tu ou Eu?







Tenho claramente um medo enorme do abandono!
Abandono e não perda, pois acredito que nunca perdemos ninguém, temos abandonos que nos separam por muito ou pouco tempo mas que renascem num reencontro algures por onde ainda ninguém sabe.
E por isso digo que tenho este medo de deixar de ter perto aqueles que tanto adoro e preciso junto a mim para me sentir tranquila e segura!
Aqueles, que fazem com que a eterna procura da felicidade seja mais divertida e o caminho até lá mais curto!
Medo de, como serei sem eles? Como me tornarei sem ti? Voltarei a sorrir de beiços rasgados? As coisas que sinto e vivo hoje continuarão a ter sentido? Terei ainda mais forças?
Tenho pânico! São algumas as vezes em que choro por vocês e vocês ainda cá estão! 
Sem dúvida, também será um sinal de maluqueira mas é a verdade, choro pela angústia e fobia que sinto só de imaginar esse dia a chegar.
Por isto ou por aquilo, é assim que sou! Há quem tenha fobia de cobras, larvas etc a minha a fobia  é perder aqueles que amo!
Sendo eu assim, em conversa com aquele amo ao quadrado, perguntei:
-"Preferes que sejas tu ou eu a partir primeiro?
-“Tu! Odiava saber que ias ficar cá a sofrer ,por isso, prefiro ficar cá eu a aguentar o sofrimento e não tu!"
Mergulhei no silêncio mais bonito que alguma vez me proporcionaram!

O amor tem diversas e milhentas formas de se exprimir e podia escrever um texto enorme baseado nesta frase e na complexidade de sentimentos que carrega, mas acho que me fico por aqui...

É bom amar e ser amado!
A partida dos que adoro e o medo dela fazem parte de mim mas como não somos nós que a controlamos, como não nos é dada a hipotese de escolher como e quando, a maioria dos dias não penso nisso e vivo a valorizar quem tenho perto e amo, porque o amanhã... só Deus sabe!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Força Zé Maria!


Conheço o Zé Maria há alguns anos nas touradas, feiras e da festa brava. Foram muitas as vezes que em por termos vários amigos em comum nos cruzámos.
Desde que soube o que lhe aconteceu não consigo parar de pensar nele, na Rita e na família. Custa muito vermos alguém tão perto de nós sofrer o que o Zé Maria está a sofrer e mais ainda se pensarmos na maneira como foi.
Quando me falam em facadas imagino uma facada na barriga, numa perna. Facadas no coração, são de uma brutalidade que tornam quem o fez um ser humano frio, seco de sentimentos e repleto de agressividade e malvadez- Ainda hoje não consigo imaginar tal ato a ser feito mas que infelizmente aconteceu...

Tenho rezado pelo Zé Maria! Comecei por pedir para acordar e estar bem, sem sequelas algumas e quem sabe, daqui a uns tempos ainda o conseguirmos aplaudir em mais umas valentes pegas.
Neste momento, rezo a Nossa Senhora para que o pegue ao colo e faça o que, como mãe, sinta que seja o melhor.
Confio a Nossa Senhora, a vida do Zé Maria e rezo a São José para que, tal como acompanhou Maria, em todas as suas adversidades, esteja também sempre com a Rita, família e amigos e lhes vá dando a todos a mão e apoio, para que juntos, consigam enfrentar o que Nossa Senhora lhes colocar no caminho.

Acredito, que Ela tem chegado perto dele e sempre presente através do amor e carinho de todos os amigos e em cada oração rezada e sentida!
São José, está em todos os que o vão acompanhando e apoiando, em todos os que têm o seu coração e pensamento com o Zé Maria e que se pudessem davam a volta ao mundo para o ver sorrir rapidamente.

Temos tantos e tantos casos de pessoas que sofreram do mesmo e não têm tantos a rezar e puxar por eles como tem sido feito com o Zé Maria! É sem dúvida uma bênção e uma revelação de Deus ter ínumeros amigos tão próximos e imensas pessoas a apoiá-lo, a querê-lo cá!
Acredito, que todo este amor, toda esta dedicação e amizade fazem milagres, curam e dão forças a quem precisa, e nisso, o Zé Maria é um sortudo porque tem um mundo com o coração a bater por ele!

Vou continuar a rezar e espero que Nossa Senhora tenha para ele aquilo que nós tanto desejamos!
Que as nossas orações sejam o sopro de Deus e inspirem o Zé Maria a ter força para recuperar e ao deixar-se levar pelos nossos corações e orações recupere!

«Santíssimo e adorável Espírito Santo,
fazei que ouça a vossa doce e adorável voz.
Dai-me o consolo do vosso sopro cheio de inspirações.
Espírito divino, quero ser ante vós como uma leve pena,
que o vosso sopro me leve onde desejar,
e que eu nunca lhe ofereça a mínima resistência.»

terça-feira, 18 de junho de 2013

A viagem que escolhemos!


 
 
 

Sermos amigos não é mais do que um longo e bonito caminho feito de viagens e paragens em mil apeadeiros.
Importa nesta viagem sabermos quem vai connosco na carruagem e se senta ao nosso lado! Quem opta por comprar bilhete e nos aperta a mão na insegurança da partida, se espanta e deixa maravilhar com o nossa entusiamo ao admirar certa paisagem. Aquele que faz do seu ombro almofada nas viagens mal dormidas e se irrita connosco quando fazemos birra de sono ou apetite e passado minutos faz o mesmo e só então nos rimos!
Quando entramos na vida de alguém e por outro lado permitimos que alguém se sente ao nosso lado e partilhe milhares de minutos do seu precioso tempo, sentimentos e emoções, devíamos interiorizar que este caminho tem de ir sendo feito e vale mesmo a pena vive-lo!
E ser feito significa que nem tudo serão paisagens bonitas e dignas de recordação, nem sempre nos vamos sentar no lugar mais próximo e serão algumas as vezes em que desceremos no primeiro apeadeiro para inspirar e expirar, encher o coração do que realmente merece e sozinhos encontrarmos um atalho para que o reencontro seja sereno e cheio de compaixão!
Vamos falhar, apanhar o comboio na direção errada e chocar! Serão poucas as vezes em que vamos optar por rasgar o bilhete, atirar tudo ao ar e fazer do papel cinzas... mas poderão acontecer.
Quando a amizade existe, quando o sentimento permanece e as pessoas são dignas de tal tudo se perdoa, todos os carris que se soltam se soldam e tornam mais fortes, as paisagens cinzentas e enfadonhas ganham sentido e faça chuva ou Sol, o caminho vai sendo percorrido!
Só assim no fim, quando o primeiro de nós chegar à derradeira estação poderá olhar para trás e ver que valeu a pena entrar em todas as viagens e que mesmo as que perdemos fizeram sentido.
Valeu a pena ser-se realmente amigo, acreditar, reconhecer, perdoar, gargalhar, cantar, dançar e de mãos dadas seguir em frente!
Foi bom não desistirmos ao primeiro atraso, à primeira bagagem perdida e destino falhado, vermos para além de tudo isto e assim conseguirmos viver o que há de bonito!

Não nos é dada a opção de decidir em que família nascemos e crescemos, Deus fá-lo por nós.
Os nosso amigos não são mais do que pessoas que também Ele nos põe no caminho e nos permite cativar ou não para perto de nós... são a família que escolhemos!

Obrigada a todos que vão viajando comigo e me deixaram e ainda vão deixando entrar nas vossas viagens!
E àqueles que com todos os meus defeitos ainda arriscam todos os dias em comprar bilhete ao meu lado só vos escrevo que é extraordinariamente bom ter-vos perto e que assim a vida é divertida! :)

Ser-se amigo é uma viagem muito intensa que vale o investimento porque façamos as milhas que fizermos não importa o destino nem como vamos porque quando estamos juntos acabamos sempre por nos sentir em casa!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sejam Brancas de Neve!


Cada vez gosto mais de me rir e estar no sossegado e tranquilidade da companhia de um sorriso.
A vontade de estar com caras pouco dadas a expressões alegres e vivas é cada vez menor. Corpos que apenas estão, olhos que tudo apalpam sem pestanejar,  palavras ditas e tão sem nada que um leve suspiro as leva, corações simplesmente ausentes e desprendidos de compaixão...
Tal como a crise fomenta a criação de novas ideias, a pobreza de espírito faz sobressair as mentes pequenas! Acredito que em muitos casos sejam resultado de autoestimas frágeis e comprometedoras, faltas de segurança que lentamente fazem cair a personalidade tal como se deixa cair uma concha à beira mar.
Ali, ficam sentados na areia o seu dono acompanhado pelo vazio de ver parte de si ser arrastada num vai vem repetido, acabando por desaparecer nas profundezas do mar.
Nesse instante não foi apenas a personalidade que se deixou levar e se afundou nas águas de um dos oceanos.
O dono dela perdeu-se, anulou-se e deixou de Ser! Abdicou inteiramente de si e do que para além do aspeto exterior o distingue dos outros! Abandonou aquilo que o poderia tornar melhor ou pior, mas tornar! Preferiu a certeza de um lugar sentado na areia a correr o risco de molhar os pés em águas frias e desconhecidas e passou assim, a tentar ser ou parecer mero projeto de alguma coisa.
Projeto de homen, projeto de mulher, projeto dos outros que mexem nele como uma marionete, projeto de sentimentos mas apenas aqueles que lhe permitem sentir.
É mais fácil doar a personalidade! Torna-se simples fugir da responsabilidade, escapar a tomadas de decisão e críticas.

Cada vez que nos deixamos levar pela maré somos apenas espelhos. Refletimos pensamentos, ideias e maneiras de estar de quem permitimos que se veja em nós e em nós tem uma sombra!
Mentes curtas e castradoras que continuam prisioneiras do espelho da bruxa má! O espelho da inveja, do superficial, banal e insignificante!
Em pequenas e esporádicas atitudes que se tornam grandes, consegue-se ver tal como numa loja os espelhos de qualidade e aqueles que já passaram por paredes de outras casas e trazem neles reflexos e histórias de outros tetos!

Felizmente nem todas as personalidades se deixam levar pela maré! Nem todos temos feitio para sermos espelhos! Mesmo correndo o risco de trincar uma maça envenenada há quem continue a viver dentro dos seus objetivos, ideais e valores. Afinal, apenas aqueles revestidos de personalidade é que têm a capacidade de se adaptar, de serem versáteis e abertos a situações novas.

Somos únicos, somos especiais e espetaculares, somos ímpares e extraordinariamente bons para sermos sombras e espelhos de outros!

Sejam Brancas de Neve! Arrisquem seguir os vossos valores e tenham atitude!
Só assim conseguirão experimentar a maçã envenenada e conhecer o Príncipe Encantado!


 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Faço-vos a todos uma Vénia!

Ontem, antes de adormecer troquei a leitura de mais um capitulo de um livro e assisti ao vídeo que coloco no fim deste texto!
Antes de o ver, li comentários de quem já o tinha feito e facilmente percebi que entraria no meu sono lavada em lágrimas.
Foram sem dúvida vinte minutos bastante emotivos, com lágrimas e soluços mas que valeram imenso a pena! Quando o filme acabou senti um orgulho e gratidão enorme por Deus nos dar a oportunidade de conhecermos casos como o de Zach e de vivermos perto de pessoas, que tal como ele mas de maneiras diferentes e talvez não tão expostas, também lutaram e viveram com um sorriso e garra até que o cancro, essa doença maldita, os levasse!
Este vídeo é claramente o exemplo e prova de que quando nos descentralizamos de nós mesmos e do nosso pequeno mundo somos muito melhor e damos muito mais a todos os que nos rodeiam! Quando vemos para além de nós e da nossa essência torna-se mais alcançável aceitar as pedras da vida, os acordes mal tocados, as cordas partidas, a guitarra estragada!
A entrega da família, namorada e amigos é inimaginável e essencial para que tudo acontença!
Não sei o que é viver com a certeza que daqui a meses ou dias, a pessoa que amo vai morrer. A incerteza do quando e a exatidão das horas a passarem no relógio, deve ser um desespero agoniante, e uma cruz que acredito nem todos seriamos capazes de carregar!
Uma das pessoas que mais amo morreu de cancro! Pela sua pujança, garra e fé nunca permitiu que o seu estado de saúde fosse tema aberto de conversa. Nunca se permitiu a ela própria o ato de mostrar parte fraca perante os que amava. Também ela, à sua maneira se transcendeu de si mesmo e em proveito dos que amava e do seu bem estar, com a sua energia e vontade de viver foi fazendo com ânimo o seu caminho!
Como ela, há muitos casos de homens e mulheres extraordinários que acreditam em si e na vida e fase a fase vão ultrapassando as batalhas que surgem! Uns conseguem ganhar a guerra outros a vitória é-lhes roubada...
Não deve ser fácil, não deve ser uma música simples de cantar mais ainda quando não comprámos o cd, não se gosta da letra e a melodia não soa bem ao ouvido!
Tal como o Zach, às vezes por amor a nós próprios, por amor aos que nos amam e por amor à vida temos que fazer o impossível e tornar o negativo em música!

Faço uma vénia a todos os que sofrem desta doença e todos os dias encaram a vida e o sofrimento com um sorriso e brilho de esperança!

Aplaudo todos os que com o seu altruísmo serenam as suas famílias e de mãos dadas e corações unidos vivem estes momentos juntos com e por amor!

Admiro todos os que em vez do "Porquê a mim?" perguntam "Porque não a mim?"

São heróis! Exemplos vivos do que é o Amor e a Vida!



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Saco dos Mal Amados!


Soletrem todas as palavras que acharem e sentirem mesmo sabendo que sossegadinha as estou a ouvir! Não porque procurei ouvi-las mas porque vocês e a altivez da vossa voz e discurso irritado e ofendido assim o permitiram!
Somos livres de opinar, de ver e admirar e retirarmos para nós aquilo que realmente consideramos! Seremos livres de arbitrariamente magoar ou julgar quem não se pode pronunciar?
Seremos assim tão íntegros e cheios de mentalidade supra sumo que gratuitamente nos permitimos comparar e ofender o outro apenas porque não é do nosso sangue?
E não ser do nosso sangue significará ser pior?
Será aceitável este saco dos mal amados onde vai parar todo o termo de comparação negativa?

Parece-me que não e se a vida ainda não vos mostrou isso então lentamente libertem-se do século onde ficaram presos, descolem as pestanas e calmamente para não se assustarem, deixem entrar a luz e preparem-se para começar a ver!
Observem que a vida mudou! Pessoas nasceram e outras morreram e mentalidades pequenas são aquelas que se escondem atrás dos outros e falam entre paredes ocas!
Que sempre que surge uma farpa culpam aqueles que não são cem por cento seus!
Pequenos são os pensamentos que imbecilmente e para mal de quem os ouve, são transformados em palavras sem qualquer pudor e respeito pelos nomes em que tocam!

Na melhor toalha cai a nódoa e tenho aprendido que das bocas mais polidas e sofisticadas saem as maiores atrocidades, dignas essas sim de pessoas com mentalidade reduzida. Senhoras e Senhores aversos à mudança e às exigências que esta pede!
Mulheres e Homens com passado esquecido porque assim é melhor, assim ninguém sabe!
De palavras está o inferno cheio mas nem por isso os salmos e julgamentos diminuem.
De que vos servem as palavras se as ações ficam esquecidas?
Sabendo que valho mais que todas as vossas pequenas letras soletradas e talvez por a lesada difamada e julgada  não ser do meu sangue direto mas próximo, irritei-me mas permaneci sossegadinha!

No entanto meus caros, tivessem sido as vossas comparações injustas e egoístas para aquela que me deu à luz e acreditem que teria sido tão minúscula como vocês e tão grande como ela ao ponto de soletrar cada palavra que deveriam ouvir e no mesmo tom em que pronunciaram todas as vossas!

Ficariam ainda mais tacanhos e insignificantes quando ao serem confrontados veriam que a ser incluída num saco de injúrias não seria naquele que não vos pertence, iríamos encontrar tais semelhanças entre nós que a vergonha seria avassaladora!
Para vocês o Saco dos Mal Amados sempre existiu e nem o peso da vossa consciência e a culpa do que viram e não fizeram os fez desfazer esse saco e cair no silêncio da culpa e respeito!

Fracos são aqueles que esperam a chuva chegar para culpá-la das sementes perdidas e depois de perdidas...as sementes é que eram rudes e de má qualidade!