terça-feira, 26 de março de 2013

Êxtase!



 
 
 
 
 




Adicionar legenda
Este fim de semana que passou tivemos mais um casamento na família! Mais uma festa!
Quando vi as fotografias tinha lá esta. Olhos a brilhar, beiços apertados e manchas na pele a denunciarem o meu nervosismo e esforço para não chorar!
A minha expressão não é de tristeza, medo ou dúvida na vossa união! Se transparecesse o que sentia teria escrito na testa: felicidade!
Esta minha cara revela o que senti na biblioteca quando saudosamente e a teu pedido minha querida, rezámos por quem não tínhamos ali presente.
Naqueles minutos de oração relembrei e imaginei o quão bom seria terem e termos ali todos os que já partiram e como também eles estariam felizes por vocês!
Acredita que mesmo antes de rezarmos já ali estavam todos!
A avó Zé a dar a sua Alegria em todas as mesas decoradas com as suas preciosas camélias, os teus amores fascinados com o vestido que em tantos bailes rodopiou entre os dois e que agora rodou contigo! No vosso sim, estavam as vozes de todos e acredito que uma euforia especial daquela que sempre torceu por vocês!
Estiveram em cada minuto, em cada acorde tocado no acordeão, em cada gesto de amizade entre gerações, no bailar de uma valsa entre olhares e corações, num brinde efusivo e bem bebido. Revelaram-se nos sorrisos puros e contagiantes, na lágrima escondida, num abraço e beijinho sentidos.

Parar de repente uns segundos, fechar-me no meu mundo, admirar o que me rodeia e inesperadamente ficar reconfortada, fez-me ficar em êxtase. Simples e genúino, fruto de sentimentos e sensações que nos fazem flutuar e sentir todos os que estão e não estão!
É tão bom sentirmos esta adrenalina que nos dá anos de vida e nos mostra que realmente o essencial é invisível aos olhos e vive no coração!
 
Desde que partiste para outra viagem que não te sentia e revia tão perto de mim, tão presente em todos nós...


Parabéns aos dois pelo amor que vos une e como o querido sábio vos disse ternamente, namorem! Que namorar é a salvação para tudo! ;)

terça-feira, 12 de março de 2013

É o Amor! O teu Amor!



Hoje em conversa sobre as cadeirinhas de bébes para usar nos carros, carrinhos e fraldas, dei por mim a ouvir a conversa e ao mesmo tempo que acenava que sim com os olhos o meu pensamento viajava.
A caminho da Beira mais Baixa, por caminhos com curvas e contra curvas. O tempo interminável que demorávamos. As barras de chocolate da Nestlé que tão querida e atenciosa levavas no porta luvas, não fosse faltar o açucar ao nosso mais que tudo que devagarinho ia subindo e descendo as serras.
De repente e para quebrares o tédio da viagem e nos entreteres, no teu jeito traquinas e divertido, abres a janela e gritas bem alto para uma senhora que descontraidamente ia a pedalar na sua bicicleta à beira estrada:
 -"Cúcú vi-te o cú!"
Ainda hoje tenho gravada a imagem que se seguiu e o quanto nos rimos! Rasgo sorrisos cada vez que me lembro e espero um dia conseguir ter a lata divertida e saudável que tinhas para gerar sorrisos nos que mais gosto!

Neste regresso ao passado, às nossas idas ao Valongo, vieram as saudades mas fiquei de coração cheio!
Relembrar a maneira como na altura nos proíbias de dormir com a cabeça encostada à porta reconfortou-me!
Na altura engolia em seco e de má cara, pois era bem mais confortável dormir de cabeça encostada ao vidro da janela! Sem teres que o fazer, justificavas a tua ordem com a tua preocupação e protecção!
Se tivessemos o azar de bater ou um carro bater contra nós, pelo menos não nos acertaria logo na cabeça...
Suspirava com essa teoria e não percebia, achava que era mais uma implicância.
Hoje não imaginas o quanto foi bom olhar para trás e sentir que me querias segura! Que me querias contigo e fosse onde fosse me protegias porque mesmo não controlando tudo tentavas manipular o que conseguias para me ter salva e bem ao teu lado!

É bom termos quem nos segura e protege!
É o Amor! O teu Amor!

terça-feira, 5 de março de 2013

Aperitivos no Tempo!




"O tempo cura tudo..."

Já todos o ouvimos, já saíram da nossa boca entre lamúrias e ânsias de esperança estas simples quatro palavras com tanto peso num futuro.
Não acho que o tempo cure tudo. A distância do ponto de partida é que nos liberta na descoberta de novos horizontes cheios de novos pontos e conquistas mas a marca permanece. Talvez por ser vista à distância pareça mais pequena mas tal como o astronauta acabamos sempre por regressar aquele ponto pequeno que é a Terra.

Em miúda fui atacada por um cão que era meu desde pequena. Não penso nisso todos os dias mas cada vez que por acaso passo com os dedos no pescoço junto à orelha, sinto aquele alto e imediatamente volto para aquela tarde e recordo como se fosse hoje!
Hoje relembro e revejo tudo com outro olhar. Imagino o pânico de quem estava comigo, o susto de quem me abriu a porta e o olhar terno e preocupado de quem me tratou.
As minhas cicatrizes na cara passaram, o respeito por cães daquela raça mantem-se e a consequência de ter sido abatido depois de ter atacado novamente alguém deu-me uma espécie de alívio com uma profunda tristeza. Afinal aquele tinha sido o amigo que me acompanhara na fase mais difícil da minha criancice.
O tempo remediou a falta dele com outras coisas mas passado tantos anos a marca no pescoço permanece e ativa o que está no coração!

O tempo não cura, não apaga, distância-nos de tal maneira que com a serenidade necessária conseguimos olhar e perceber, rir ou chorar, amar ou duvidar, questionar ou admirar o que fomos!
O tempo dá-nos a hipótese de com calma nos irmos conhecendo e aprendendo com aquilo que já passou mas marcou!
Estende-nos uma bandeja com vários aperitivos de nós mesmos prontos a serem retirados quando e onde quisermos. Dá-nos a possibilidade de vermos que somos muito e muito mais!
Porque o tempo passa mas não cura, acentua o que mais falta faz e que por mil razões e galáxias de distância nunca será entendido porque no coração as leis da perceção, análise e equilibrio não funcionam!

O tempo é a nossa cortisona, disfarça uma dor que ao mínimo toque volta a surgir! Ou o aproveitamos enquanto estamos bem para encontrarmos a raiz dos nossos males ou passaremos uma vida inchados e ressacados de falsos eu´s mascarados com o passado que o tempo não curou...

Não temos nem devemos viver no passado ou pelo contrário fugirmos dele, podemos aprender com ele!
Afinal, a bandeja a ser servida só é realmente completa, bonita e genuína com todos os aperitivos, com todos os pontos que mesmo distantes no passado nos marcaram e nos foram tornando quem somos!