quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O raio que ilude ser Sol!

Adoro a vida! Adoro o que de mais extraordinário ela nos dá: as pessoas! Dá-me prazer conhecer muitas e se possível gostava de ficar amiga de mais!
 Admiro imenso a diversidade existente em cada um e interesso-me pela complexidade que é percebermo-nos e entendermo-nos! Sempre olhei para o outro com preocupação...
Um miúdo com olhar triste na rua dá-me que pensar, faz-me imaginar as mil razões para existir aquele olhar triste e perdido.
Levo comigo durante algum tempo o sofrimento que vi e senti. Carrego a vontade irracional de conseguir dar abraços sem razão, de chegar a estes que aos meus olhos me parecem desconsolados e distantes da vida!
Infelizmente não consigo! Tenho medo de me intrometer noutra vida que não a minha! Não tenho tempo, estou de passagem e o miúdo de olhar vago e disperso não é meu, é dele e da sua família! É difícil gostar do outro, é quase impossível amar puramente um outro que não é nosso e mais falso é dizer que facilmente o conseguimos fazer!
Adoro a vida e detesto a falsidade! Não vivo bem com o dito por não dito! Custa-me o fingimento!
Se assumo que não consigo estar para o outro como ele merecia, se apesar de não me conformar aceito essa falha e cobardia, porque é que parte de vocês tem de continuar a persistir na ilusão criada de que estão e estiveram sempre presentes?
Porque é que tens o descaramento de dizer que estiveste sempre presente e descaradamente vais-me cobrando essa presença?
Porque é que quase me exiges um agradecimento e louvor pelo que tu achas que fizeste?

No meu mais recente namoro por cartas recebi uma em que dizia que agradecia demais coisas que não eram mais do que obrigações! Que não tinha que agradecer tanto porque quando se faz com o coração não se espera gratidão, simplesmente faz-se!
Não me passa pela cabeça dizer e reclamar que ajudo muitas famílias, que mudei a vida de pessoas quando simplesmente vou sendo a mão que chega através de muitas outras!
É inconcebível para mim assumir que ajudo e estou presente para mascarar o peso que tenho em não ter ajudado mais, em não chegar mais longe! Em não ter estado mais presente e percebido a tempo os sinais daquela mãe que todos os dias era espancada e acabou por fugir!
Torna-se surreal quando alguém acha que se pode iludir e criar uma imagem de presença e amor quando tal não aconteceu!

Amor é o que faz uma mãe fugir e um pai trabalhar dia e noite para que os filhos acordem e tenham pão! Amor é saber, conhecer, perceber e estar!
Não existe o amar de vez em quando e aos bocadinhos quando nos apetece e dá jeito! Amar exige uma continuidade que nos faz lutar todos os dias um bocadinho para que no meio do inferno haja um raio de luz!

Há que ter consciência que não és o Sol! Foste um raio de luz que aparecias quando querias! Nos momentos de trovoada foste sempre o primeiro a esconder-te atrás do facilitismo da primeira nuvem! Quando decides aparecer e estar presente és óptimo e amigo mas mesmo perto foste desaparecendo…
Não queiras tornar-te no Sol porque te fica mal! Cais no ridículo e infelizmente escolhes a pior maneira de o fazer! Desces baixo e magoas-me! Consegues transformar-te num raio arrepiante no meio de uma trovoada! Consegues manchar o bom que fizeste e vais sendo!
Percebe, que o papel que pretendes ter foi tendo a lua de olhos verdes e nem por isso me exigiu nada!
Não quero que me ames como amas os teus, dou-me por satisfeita se simplesmente não caires na ousadia e mentira de dizeres que o fazes!
Tens uma ferida enorme no teu coração, podes dormir mal e guardares no teu silêncio inúmeras perguntas sem resposta mas não é isso que te dá o direito de me magoares porque sim!
Porque não consegues encarar as tuas fraquezas decides descaradamente atacar as minhas?

Não queiram ter o brilho de uma estrela que não é a vossa! Deixem o brilho para quem realmente merece!