segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um dia tive um sonho...





Há sonhos impossíveis de realizar, pedidos impossíveis de alcançar!
Em pequena foram várias as vezes em que sonhei que os meus pais interrompiam o meu sono irrequieto e calmamente entravam os dois pelo meu quarto!
A primeira sensação era de que até aquele momento tudo tinha sido ficção! Estavam vivos e por alguma razão teriam estado escondidos! No meu imaginário teriam aguentado todo o tempo sem me ver apenas para me surpreenderem, apenas para passarem a porta e invadirem os meus pesadelos tal raio de sol que espreita entre as portadas da janela.
O meu coração palpitou inúmeras vezes longos minutos, o meu sossego esquecia o desassossego constante e o meu espírito e alma sorriam! Nesses segundos, que transformaria em eternidade, dormia numa suave nuvem de algodão embalada por ternas mãos. Eles não se chegavam o suficiente e eu não saia da cama mas vi-os ali a olhar para mim, sentia-os perto!

A vontade de os ter comigo de os querer ali perto de mim era tal e em demasia que não me permitia acreditar que já não estavam!
O meu subconsciente brincava com o meu consciente ainda demasiado novo e criança para duvidar do quer que seja! E neste jogo de escondidas foram-me pregando estas partidas e dúvidas terríveis!
Permitiam-me minutos de alegrias explosivas e retiravam-mas em milésimos de segundos! Foram ilusões repetidas tantas e tantas vezes que pareciam reais!

Chorei e chorei todas as vezes em que abri os olhos e na porta não estava ninguém!
Chorei e chorei quando percebi que na nossa realidade os mortos não jogam às escondidas para fazer “surpresa”!
Chorei e chorei quando aos poucos e todos os dias parte de mim se ia apercebendo e interiorizando do que era e é a morte!
Chorei e chorei cada vez que sentia que perdera alguém que me ama e amo!
Chorei e choro!

Com cada lágrima escorrida cresci e aprendi!
Aprendi a lidar com todas estas partidas e jogos e percebi que é essencial ter tudo no consciente!
É necessário encararmos os factos da nossa vida mesmo que estes nos façam chorar e chorar!
Torna-se imprescindível conhecermo-nos e percebermos a razão de cada lágrima pois entre linhas e laçarotes e por muito que se fuja somos sempre descobertos!

Voar a achar que tenho asas?
Seria um risco!

Aprendi a sonhar! A viajar entre nuvens que me deem oportunidades de matar saudades! A alimentar sonhos que me permitam voar! A saber o que tenho e onde devo e posso planar! A ser feliz com que a minha falta de asas me permite viver e sentir! Sobrevoo o que me agrada e sem dúvida que aterro na aposta que todos os dias faço, em mim!

Realista ou ilusionista?
A maioria das vezes realista com a necessidade de ténues explosões de ilusão!

Sonhadora?
Sempre!